quinta-feira, 6 de março de 2008

AS "COISAS" MUDAM...

As vezes passo a imaginar como será o mundo daqui a...sei lá... a 50 anos. Sim, porque a disponibilidade da informação hoje é incomparável a décadas passadas. A tecnologia evolui assustadoramente.
Eu nascí numa cidadezinha do interior da Bahia há 23 anos, passei minha infância sem ouvir comentarios a respeito de celulares ou computadores nas casas dos vizinhos. Até a tv que hoje nos estressa com propagandas de caráter comercial e a todo momento vem exibindo produtos dessa natureza...não se viam em propagandas naqueles tempos.
Meus amigos as coisas estão mudando, se é para pior eu não sei, mas vou confessar a saudade que sinto de minha mãezinha que ainda reside naquela cidadezinha pacata do interior. Essa saudade é amenizada todos os dias quando ligo para o celular dela ou envio e-mail. Isso quando não passamos um tempinho falando "besteiras necessárias" pelo msn(mensege).
As vezes sinto que estou tão perto da minha mãe e dos meus amigos que em dados momentos até dou rizadas quando "batemos aquele velho papo". Mas... só depois é que vou perceber que além da distância há uma tela de computador ou um celular que nos distancia cada vez mais, sempre causando a sensação de que estamos o mais próximo possível.
É a tão discutida globalização e a assenção do capitalismo que nos submetem recorrer meios desse caráter para tentarmos justificar e diminuir a ausência com a namorada, com a família, com os amigos e tornando-nos cada vez mais"virtuais". Pois é...tudo isso para nos adequarmos à necessidade do sistema vigente.
Há empresa automobilística fabricando um carro a cada vinte e nove segundos. Então, não se assustem se daqui a 50 anos a frota de automóveis exceder a população humana. É isso mesmo... já até imaginei uma mãe que não tem tempo disponível para levar seu filho à escola, podendo mandá-lo com seu "piloto eletrônico" manipulado via satélite por sistema GPS ou algo do tipo...parece ser loucura minha não é? Pode ser... A cada dia me convenço de que o impossível é mais possível do que se imagina e que estamos seguindo em um destino onde o importante não é a chegada, mas como vamos nos adequar durante esse percurso para que possamos seguir tal trajeto.
As vezes sinto que apesar de todas essas "dádivas" construidas pelo homem e seu potencial, o qual chega a desafiar o futuro, remete um certo instinto suicida por sabermos que muitas vezes estamos destruindo parte de nós para satisfazer nosso ego e o dos outros. Quando referi a "parte de nós", direcionei a tudo que é vitalício. A água, o ar, a fauna, a flora, enfim, tudo que possa nos favorecer a vida. São fatores que se encontram em segundo plano quando se trata de desenvolvimento tecnológico. Desenvolvimento este, que vem causando desequilíbrio ambiental, que está destruindo nosso "habitat vitalício", mas que também é essencial para nossa vida. Parece um paradoxo não é? Para tudo deve haver equilíbrio e controle.Quem sabe assim será possível conciliar e facilitar a sobrevivência do homem, assim como, amenizar as consequências causadas por atitudes indevidas.

5 comentários:

Bonilla disse...

Parabéns Jackson! Muito ba reflexão. Agora, será que para tudo DEVE haver equilíbrio e controle? Piaget, por exemplo, diz que só aprendemos quando entramos em desequilíbrio, pois assim precisamos nos organizar para buscar novo equilíbrio e esse processo gera aprendizagem. Então, eu diria que vivemos em busca de organização. Morin fala em auto-eco-organização, o que nada tem a ver com controle, pois este é produzido fora e imposto. E tudo que é imposto gera engessamento, trava os processos criativos. A auto-eco-organização é produzida dentro dos sistemas, a partir de suas próprias dinâmicas e necessidades.
Tuas experiências com a família e amigos mostram que vcs encontraram caminhos que satisfizessem as próprias necessidades, momentaneas. Em outro momento, essa solução não satisfaz, ou não sarisfará, e aí procurarão outras estratégias. Esse é o movimento...

Jackson disse...

Olá Bonilla, Piaget em uma psicologia cognitivista, realmente afirma o equilíbrio como algo relativo ao que você consegue assimilar do meio no momento em que se propôe trocas com o mesmo.Nisso se dá a aprendizagem segundo ele.
Quanto a auto-regulação, Edgar Morrin,afirma um discurso de que somos autônomos e que esta autonomia é alimentada por uma dependência de fatores externos.
Não usei a palavra "equilíbrio" no sentido de aprendizagem, mas sim de controle no que se refere a ações e decisões tomadas pelo homem sobre determinados fatores que pode muitas vezes acarretar péssimas consequências.
Edgar Morrin, quando se trata de sociedade, afirma o seguinte: "Produzimos a sociedade que nos produz" ou seja, fazemos parte da sociedade e somos a sociedade ao mesmo tempo. Logo, somos responsáveis pelas consequências que nos atingem, sejam elas sociais ou até mesmo naturais, uma vez que usurfluirmos
deste para nos emergirmos em sociedade.
Bonilla estou adorando esta disciplina. OBRIGADO!! "vcs são d+"

Jackson disse...
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Jackson disse...
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Jackson disse...
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